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Investimentos

23 de Maio de 2023 as 16:05:40



PETROBRAS Resultado no 1º Trimestre/2023: Acima das Expectativas


 
PETROBRAS
Resultado no 1º Trimestre/2023
Números acima das expectativas e nova distribuição de elevados dividendos
 
Por Daniel Cobucci, CNPI
12.05.2023
 
A Petrobras reportou bons números no 1T23, em nossa opinião. 
 
Apesar de uma queda de 8% t/t no preço do petróleo tipo Brent, vemos um EBITDA 1% menor no mesmo período, em R$ 72,5 bilhões, superando as projeções do consenso de mercado em 4%. Houve boa recuperação no segmento de gás e energia, que vinha apresentando números fracos, e foi beneficiado pela redução nos custos do gás natural. Os dados do segmento de exploração e produção e do refino foram bons, apesar de neste último ter ocorrido uma maior perda com estoques ante o trimestre anterior.
 
Desempenho financeiro.
 
A receita com derivados de petróleo teve uma redução de 15% t/t, acompanhando a redução (-8,4%) no preço do Brent e o menor volume de vendas no mercado interno (-5,6% t/t), com diminuição da demanda de diesel e gasolina (clique aqui para ler nossos comentários sobre a performance operacional divulgada na semana passada). 
 
A receita do mercado externo teve uma queda menor, em parte devido ao aumento de 3,6% t/t nas exportações de petróleo. Houve uma importante redução de 19,8% no CPV, beneficiado pela redução nos custos de gás natural e de derivados, além de menor gasto com participações governamentais, como consequência do menor preço do Brent no período. 
 
As despesas operacionais também colaboraram para o bom resultado do trimestre, com redução de 27% t/t, principalmente devido às menores despesas com impairment (R$ 4,7 bilhões) e despesas exploratórias (-R$ 2,6 bilhão). Como resultado, vemos um EBITDA ajustado de R$ 72,5 bilhões (-1% t/t), apesar da queda de 8% nos preços do petróleo tipo Brent. 
 
O lucro líquido ficou em R$ 38,2 bilhões, com impacto do menor resultado financeiro (-R$ 4,7 bilhões), apesar da já citada melhoria nas despesas operacionais. Em suma, um trimestre que trouxe surpresas positivas e sinaliza uma continuidade nas condições que vem propiciando um excelente fluxo de caixa livre (FCL), que neste trimestre atingiu R$ 41,2 bilhões, queda de 16% t/t e avanço de 1,7% ante o 1T22. 
 
Dividendos. 
 
O bom resultado financeiro permitiu à Petrobras anunciar comodividendos referentes ao 1T23 um montante de R$ 24,7 bilhões, o equivalente a R$ 1,89 por ação, o que implica em um yield trimestral médio de 7,1%, com pagamento em duas parcelas de ~R$ 0,95: a primeira em 18/08/23 e a segunda em 20/09/23. A data de corte é dia 12/06/23 para os detentores de ações negociadas na B3 e o record date será dia 14/06/23 para os detentores de ADRs negociadas na New York Stock Exchange (NYSE). A primeira parcela é composta por dividendos de R$ 0,278179 e mais R$ 0,668609 em juros sobre capital próprio, enquanto a segunda parcela será paga como dividendos. 
 
Interessante notar que, no comunicado, a companhia informa ter sido determinado pelo conselho de administração que a diretoria executiva elabore uma proposta de ajuste do Planejamento Estratégico em curso, com aperfeiçoamento da Política de Remuneração aos Acionistas da Petrobras, e que inclua a possibilidade de recompra de ações. O resultado das determinações deve ser submetido para deliberação do CA antes do final de julho de 2023.
 
A expectativa de mudanças no plano de negócios e na política de dividendos tem trazido grande volatilidade nos papéis da companhia, bem como uma mudança no consenso de mercado. Se, no final do ano passado, havia dez recomendações de compra, cinco de manutenção e uma de venda, agora vemos apenas três recomendações de compra, nove de manutenção e uma de venda. 
 
Nossa percepção é de que boa parte das casas passou a inferir mudanças significativas em elementos como política de preços e alocação de capital, e que tais mudanças podem vir a reduzir a rentabilidade da Companhia, medida em indicadores como ROE ou ROIC.
 
Apesar de concordar com a existência de tais riscos, entendemos que o valuation da companhia segue bastante atrativo, com EV/EBITDA em 2,2x, ante pares em 3,7x (desconto de 42%) e Preço/Lucro em 3,1x, um desconto de 55% aos 6,8x dos pares.
 
Assim, face a uma relação risco-retorno que entendemos favorável, seguimos com nossa recomendação compra, mas observando atentamente o patamar de desconto nos preços de combustíveis em relação aos preços internacionais, hoje sem grandes divergências, bem como o tamanho dos investimentos a serem anunciados para segmentos que não façam parte do core business. 
 
Em nosso entendimento, as mudanças que a administração vem anunciando podem, sim, resultar em mudança no patamar de retornos, mas se feitas de modo que mantenha a disciplina de capital, o foco no pré-sal e os bons investimentos em renováveis, tais retornos podem se tornar mais sustentáveis e perenes. 
 
Isso porque entendemos ser necessário investir em transição energética, como praticamente todas as grandes companhias globais do setor têm feito, e que tais investimentos, se hoje têm retornos mais modestos, com o desenvolvimento de tecnologias, devem ser aprimorados. 
 
Sobre a política de preços, nossa premissa atual é que o mais provável seja uma mudança no PPI pela atual administração, removendo a precificação que inclui frete internacional no preço e utilizando referências nacionais para parte dos custos, resultando em preços menores para o consumidor final, mas ainda em patamar competitivo para que exista uma janela de importação por terceiros.
 
Cenários onde os preços passem a ser fixados, ou muito abaixo da referência internacional, não são os mais prováveis, pois haveria risco de desabastecimento ou de prejuízo pela Petrobras na importação, e tal ocorrência seria um gatilho para reduzir nossa recomendação e preço-alvo. 
 
Desempenho por segmento.
 
O segmento de E&P apresentou EBITDA de R$ 56,6 bilhões, uma redução de 2% t/t e de -22% a/a, acompanhando a diminuição de 8% t/t e de 20% a/a no preço do petróleo.
 
Além disso, houve menor impacto de despesas reportadas no 4T22, como impairment e baixas exploratórias (ainda que estas tenham sido atenuadas pelos acordos de coparticipação em Sépia e Atapu e cessão de participação em Búzios). 
 
Também vale destacar a redução no lifting cost (custo de extração), que diminuiu 9% t/t, para US$ 5,51/boe. Em refino, vemos um EBITDA 16,5% menor t/t, chegando a R$ 12,4 bilhões, principalmente devido ao efeito de giro nos estoques, que veio negativo em montante maior do que no 4T22, em R$ 2,8 bilhões. 
 
Também vale destacar o aumento de 4,8% no custo unitário de refino, devido a menor carga processada, como consequência de paradas nas refinarias REFAP e RPBC. Já no segmento de gás e energia, apesar de uma redução de 26% t/t na receita líquida, vemos um lucro bruto 14% superior, devido ao menor custo de aquisição de gás natural.
 
Assim, mesmo com as maiores despesas operacionais (+9% t/t), o EBITDA veio 22% superior ao 4T22, o que entendemos como uma dinâmica bastante favorável para o trimestre. 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por 
Daniel Cobucci, CNPI, analista senior do BB Investimentos
 
CONFIRA TAMBÉM
 
   >   PETROBRAS - Mudança na Estratégia Comercial: POSITIVO
       (Clique AQUI)
 
 

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: DANIEL COBUCCI, CNPI, analista senior do BB Investimentos





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